Viver numa História
Às vezes gostava de viver numa das histórias que habitualmente leio, onde a personagem principal é destemida, forte e consegue sempre arranjar uma forma para que as coisas corram bem. Isto é uma das principais razões que me mantém presa a um livro, poder fugir da realidade, poder conhecer novas coisas sem sair do meu lugar. Às vezes gostava de viver numa história e poder utilizar algum truque que me permitisse que estivesses de volta.
Viver sem ti é assim, é acreditar que estás algures a olhar para mim e a rir-te das minhas palhaçadas diárias e, ao mesmo tempo, querer viver tudo de novo para te poder proteger. Hoje sinto falta da tua voz (como todos os dias) e nem imaginava a saudade que tinha do teu cheiro até encontrar um vestido que ainda tem toda a tua essência! Perder-te é experienciar uma montanha russa cheia de dualidades descabidas, como querer usar a tua roupa a toda a hora mas ter medo de apagar o teu cheiro, é querer ouvir música e ouvir-te a cada acorde, a cada verso, é querer ler sem parar mas perceber que não te vou conseguir contar com todo o meu entusiasmo e os meus resumos confusos!
Este mês tinha tudo para ser fantástico, mas tudo perde o brilho quando sei que não te vou ter aqui comigo. As conquistas que eu tenho para partilhar contigo, as coisas que te quero contar, o progresso que quero que notes em mim, toda a evolução que eu tive durante estes meses sem ti, dói demais não te ter. Queria que me aplaudisses, que continuasses a ver-me crescer. Ironicamente celebramos a tua licenciatura no mês de abril e iremos celebrar a minha no mesmo mês e eu finjo que está tudo bem, mas não está, porque eras e serás para sempre um dos meus maiores apoios, e não podes estar comigo a celebrar algo que teve tanto de ti.
Às vezes não tenho nem uma palavra para ti, porque digo tudo e não digo nada! Por isso espero que saibas que te amo muito muito muito! Desculpa se não consigo deixar-te ir, mas é mais forte do que eu.
Com amor,
A tua bebé Guigui!
