O meu corpo, as minhas regras
A minha relação com o meu corpo tem sido uma das situações mais delicadas na minha vida. Eu fui uma criança como todas as outras, até me tornar adolescente e criar uma relação de ódio com o meu corpo. Por não ter o peso que queria, por não ter as formas aclamadas pela mídia nem um tom de pele invejável. A acne não tornou mais fácil esta transição, deixando-me instável, e insegura em relação à minha aparência. Uma coisa leva à outra, portanto, senti necessidade de me isolar parcialmente, não me sentia suficiente para os outros e coloquei barreiras e entraves nas relações humanas. Toda esta situação tornou-se numa bola de neve independente e incontrolável que trouxe algumas consequências mais graves, como a ansiedade e o pânico. Atualmente, tenho tentado desconstruir todos estes paradigmas e padrões impostos pela sociedade. O meu corpo não é um objeto, nem um meio para atingir um fim; é um fim em si mesmo, desta forma tenho tentado mostrar gratidão! A aceitação corporal não é um processo que se conclui de um momento para o outro, muito menos se passamos toda a nossa vida a criticá-lo, a escondê-lo e a humilha-lo, é uma transformação que demora o seu tempo e devemos respeitá-la, porque é o meu corpo e são as minhas regras.